Moradores do prédio de nove andares da Marinha em Santos, no litoral de São Paulo, onde um elevador despencou na noite de segunda-feira (30) e matou quatro pessoas da mesma família, informaram ao G1 que o equipamento já apresentava problemas. Imagens obtidas nesta quarta-feira (1º) mostram a parte superior do elevador, destruído após a queda.
De acordo com o comandante do 8º Distrito Naval da Marinha, o elevador de serviço do edifício que fica em Santos, no litoral de São Paulo, passou por manutenção e avaliação e foi liberado para uso no último dia 23.
O elevador despencou do nono andar com quatro pessoas da mesma família dentro do equipamento, por volta das 19h30 desta segunda-feira. De acordo com relato dos familiares à TV Tribuna, Jucelina Santos, que morava no prédio, esposa de um suboficial da Marinha, desceu ao térreo para buscar a irmã, o cunhado e o sobrinho, que haviam acabado de chegar de Santo André, em São Paulo, para passar o réveillon em Santos.
Na subida até o nono andar, onde morava, o elevador apresentou problemas e despencou, matando a família. Ainda não há informações sobre quais problemas ocasionaram o acidente.
Em entrevista ao G1, moradores que preferiram não se identificar relataram que os elevadores do prédio apresentam problemas há anos. "Eles param no meio do caminho, a porta não abre, eles travam, eles balançam, dá tranco. O botão de emergência nunca funcionou", relata uma moradora. "Já paramos muitas vezes entre um andar e outro. Ficávamos aguardando o porteiro, quando tinha, até ele resgatar a gente. Ele puxava a gente pela metade e destravava o equipamento", relata outro.
Moradores do edifício onde elevador despencou matando quatro pessoas relatam problemas recorrentes com equipamento. — Foto: G1 Santos
Ainda de acordo com os moradores, o problema é recorrente e ocorre há anos. "Moro aqui há seis anos e isso sempre aconteceu. Sempre houve esses problemas, frequentemente. Ficávamos de dez a trinta minutos esperando resgate nesses casos", relata o morador.
"Isso quando a porta ficava entreaberta e ouviam a gente. Precisávamos ficar batendo na porta até alguém ouvir, ou até alguém sentir nossa falta, porque nem sinal de celular nós tínhamos quando o elevador estava de porta fechada. Ficar preso no elevador é algo rotineiro".
De acordo com o comandante do 8º Distrito Naval, o Vice-Almirante almirante Sergio Fernando de Amaral Chaves Junior, a última visita que a empresa responsável pelos elevadores fez ao local foi no dia 23 de dezembro, em seguida sendo liberado para uso dos moradores. "Somente a perícia vai poder dizer as causas efetivas do acidente com o elevador. O que podemos dizer é que a manutenção está em dia", disse o representante da Marinha do Brasil.
Equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar, da Defesa Civil do Santos e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionadas para atender a ocorrência. A Defesa Civil de Santos também esteve no prédio para monitorar a situação. Os dois elevadores do edifício, o de serviço que desabou e o social, foram interditados.
Um engenheiro da Secretaria de Infraestrutura e Edificações e a perícia se dirigiram ao local para acompanhar o início das investigações. Os corpos foram retirados já na madrugada de terça-feira (31).
Em nota, a empresa Elevadores Villarta informou que imediatamente após o acidente a empresa enviou representantes ao local para auxiliar todas as autoridades envolvidas e se solidariza com as vítimas. A empresa disse que está à disposição de todas as autoridades para prestar os esclarecimentos necessários e colaborar com as investigações e, ainda, ressalta que não medirá esforços para esclarecer as causas do ocorrido.
0 Comentários