O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 7,7% no 3º trimestre, na comparação com os três meses imediatamente anteriores, confirmando a saída do país da chamada "recessão técnica", segundo dados divulgados nesta quinta-feira, dia 03 de dezembro de 2020, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 7,7% no terceiro trimestre, na comparação com o segundo trimestre, maior variação desde o início da série em 1996, mas ainda insuficiente para recuperar as perdas provocadas pela pandemia. Com o resultado, a economia do país se encontra no mesmo patamar de 2017, com uma perda acumulada de 5% de janeiro a setembro, em relação ao mesmo período de 2019", informou o IBGE.
Com o resultado, a economia brasileira reverteu parte das perdas com a fase mais aguda da pandemia de coronavírus, mas a alta foi insuficiente para compensar o colapso do PIB no 1º trimestre (-1,5%) e no 2º trimestre (-9,6%), que mergulhou o país em uma nova crise e provocou um desemprego recorde.
O forte avanço da economia entre os meses de julho e setembro está diretamente relacionado com a base mais fraca de comparação, devido ao tombo histórico registrado entre abril e junho, que foi revisado para uma queda de 9,6%, ante leitura inicial de retração de 9,7%.
O crescimento de 7,7% no 3º trimestre, porém, é o maior já registrado desde que o IBGE iniciou os cálculos do PIB trimestral, em 1996. Até então, a maior taxa tinha sido a do 3º trimestre de 1996 (4,3%). Em valores correntes, o PIB do segundo trimestre totalizou R$ 1,891 trilhão.
Já em relação ao 3º trimestre de 2019, PIB registrou uma queda de 3,9%, a terceira retração seguida nessa base de comparação. No acumulado dos quatro trimestres terminados em setembro, houve queda de 3,4% frente aos quatro trimestres imediatamente anteriores.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. Dois trimestres seguidos de queda do nível de atividade (registrados no 1º e 2º trimestres deste ano) representam uma recessão técnica, que foi superada de acordo com os números do IBGE.
A expectativa do mercado era de um crescimento de 8,8% em relação ao trimestre anterior, segundo a mediana das estimativas levantadas pelo Valor Econômico junto a consultorias e instituições financeiras.
Principais destaques do PIB no 3º trimestre
- Agropecuária: -0,5%
- Indústria: 14,8%
- indústria extrativa: 2,5%
- indústria de transformação: 23,7%
- construção civil: 5,6%
- Serviços: 6,3%
- Comércio: 15,9%
- Consumo das famílias: 7,6%
- Consumo do governo: 3,5%
- Investimentos: 11%
- Exportação: -2,1%
- Importação: -9,6%
“Houve uma recuperação no terceiro, contra o segundo trimestre, mas se olharmos a taxa interanual, a queda é de 3,9% e no acumulado do ano ainda estamos caindo, tanto a Indústria quanto os Serviços. A Agropecuária é a única que está crescendo no ano, muito puxada pela soja, que é a nossa maior lavoura”, destacou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
Fonte: G1
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