Aprendiz de pistoleiro - Por: Adaelson Alves Silva



Dr. Adaelson Alves Silva , piritibano, radicado no Paraná, médico Nefrologista. E autor do lindo texto "Aprendiz de Pistoleiro".

Hoje, um belo domingo, começa o segundo episódio da Série "Um Dedo De Prosa".

VEJA: "Aprendiz de Pistoleiro"


Piritiba, com certeza, orgulha-se da grande maioria dos seus filhos, alguns ilustres cidadãos brasileiros. Tá certo também, que neste mundo de pessoas honestas e trabalhadoras, sempre tem uma “desgarrada”.

 


Pois bem. A notícia foi estampada num jornal de São Paulo, muitos anos atrás. Talvez mais de trinta. O “causo” que passo a contar, foi me contado por meu amigo Valdenor, que pediu para não contar o nome do santo (que de santo, verão), ele não tinha nada. Vamos aos fatos: nascido com pouca ideia e inteligência curta, muito cedo se mudou para a capital de São Paulo e lá virou gente que não presta. Por várias vezes foi hóspede de cadeia, por roubos e assaltos. Por último virou matador de aluguel. No bairro onde morava era temido por sua valentia e sangue frio.

 


Um dia, foi contratado por um fazendeiro do Mato Grosso para dar cabo de um desafeto (Ricardão). O cara, de tão folgado, resolveu se engraçar com Ritinha, esposa do fazendeiro. O pior é que, dizem as más línguas, Ritinha não se fez de rogada. Ouvindo com atenção as chorumelas do chifrudo, lá pras tantas, interrompe a conversa dizendo:

 


- Pode parar que eu já tô com muita raiva do dito cujo. Só quero que o senhor me arrume um “retrato” do sem-vergonha e safado, para que eu possa fazer o serviço completo. Também preciso de um adiantamento para as despesas. O restante o senhor paga quando o trabalho for concluído 

 

O “ofendido” entregou então, várias fotos do cara. Uma de corpo inteiro, outra 3x4, uma de perfil, uma numa pescaria. Resumindo, entregou 7 fotos para o dito cujo.

 


Vários meses se passaram sem que o conterrâneo desse notícias. O “ofendido” chegou a imaginar que tinha levado um calote.

 


Um dia, já noite alta, ele atende alguém que bate na porta da sua casa. Era o conterrâneo que veio dar notícias.

 


- Seu doutor, a coisa está indo muito bem com a ajuda dos retratos que o senhor me deu. Puxou da algibeira a coleção dos retratos que tinha recebido e completou a fala: estes seis eu já liquidei e já estão no quinto dos infernos comendo terra com formiga. Tá “fartando” só este unzinho (mostrou a foto do cara na lancha), que a qualquer hora eu desentoco e “mando ele” fazer companhia aos outros seis.

 


- Carece não companheiro, pelo andar da carruagem vai faltar cemitério para tanta gente, falou o contratante de pistoleiro.


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4 Comentários

  1. KKKKKK!!!
    Apesar de tragicômico, é mais cômico do que trágico!!!
    Só me frustrei por não ter dado nome ao boi!!!
    KKKKKKKK

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  2. Muito interessante... como sempre o conterrâneo dando suas carradas... kkkkk

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    1. pois é conterrâneo Sou apenas um contador de causos Um dia e cômico, outro dia é trágico e tem dia que as duas coisas andam juntas

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    2. caro conterrâneo, é sempre uma satisfação contar os causos da nossa terrinha Um grande abraço em vc

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