Strip-Tease - Por: Adaelson Alves Silva



Dr. Adaelson Alves Silva , piritibano, radicado no Paraná, médico Nefrologista. E autor do lindo texto "Strip-Tease".

Veja o Quarto episódio da Série "Um Dedo De Prosa".

VEJA "Strip-Tease"

Uma das grandes dificuldades de uma cidade pequena como Piritiba, é disponibilizar  empregos para os seu filhos. Realmente um grande problema cuja solução não é muito fácil. Hoje eu me lembrei de um fato que agora passo a relatar a vocês.

Após concluir o curso ginasial em Piritiba, Marilena resolveu partir para São Paulo, num voo longo à procura de um futuro melhor. Ela era determinada e com ajuda de um tio, arrumou um emprego numa loja de departamentos da grande São Paulo. Não demorou muito, conheceu um freguês, bem de vida, com o qual veio contrair matrimonio alguns anos após. 

Pois bem. O tempo passou e Marilena começou a desconfiar da fidelidade do marido. De bate pronto contratou um detetive particular para colocar em pratos limpos a sua suspeita. Naturalmente passou algumas informações importantes para o “araponga”, tipo, ele só veste terno azul marinho e gosta de usar chapéus, faça chuva ou faça sol.

- Pode deixar comigo, madama. Só preciso de uma semana para lhe passar um relatório completo.

Uma semana após veio prestar conta do seu serviço:

- Seu marido passa as noites na Boate Aroeira, vendo “strip-tease”.

- Sozinho?

- Sim. Sozinho 

Ela agradeceu, perguntou quanto era a conta e pagou sem reclamar.

À noite, na hora do jantar, quando o marido sentou-se à mesa , Marilena engatilhou um “blues” na rádio-vitrola, e enquanto ia servindo os pratos, foi tirando a roupa, peça por peça até ficar igual à Eva no paraíso. Ia esquecendo de falar que até um cigarrinho ela acendeu para provocar o marido. Só foi interrompida porque o telefone tocou e ela foi atender. Do outro lado da linha estava o “araponga”.

- Boa noite, madama. Eu estou aqui na Boate aroeira. Seu marido está aqui, vestido de terno azul marinho e com um belo chapéu na cabeça e dançando um bolerinho com uma loira exuberante.

Ela desligou, olhou para o marido, tentou enrolar-se com a toalha da mesa e disse: foi engano. Em seguida escondeu-se em baixo da mesa e chorou "como ninguém jamais chorou assim", tal qual o verso de uma conhecida canção. 

 

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