Dr. Adaelson Alves Silva, piritibano, radicado no Paraná, médico Nefrologista. E autor do texto "O sapo cururu que virou macaco".
Veja mais um episódio da Série "Um Dedo De Prosa".
Hoje pela manhã eu estava no quintal de casa dando milho moído para alguns passarinhos que costumam nos visitar todos os dias. A primeira visita é logo cedinho e a segunda é no final da tarde. Não são de fazer barulho. Chegam calados e saem mudos e com a sede e fome saciadas. Bebem a água clorada da piscina, sem reclamar. Na verdade, eu quero falar é sobre o parente de um sapo que eu vi meio escondido embaixo da jabuticabeira. Vamos aos finalmente?O assunto é sobre o “sapo cururu”. Pra quem não se lembra, o sapo cururu tem uma coloração geral amarelada com tons de verde, abdome amarelo claro com manchas pardas e pele com glândulas verrucosas. Chega a medir 18 cm de comprimento quando não está nervoso. Isto mesmo, quando não está nervoso, porque se você resolve enticar o dito cujo, ele começa a inchar, inchar, inchar, até explodir. Essa característica do cururu era muito explorada pela meninada da minha infância.E você deve estar a perguntar: “E eu, o que é que tenho a ver com sapo cururu?”.Você, com certeza, nada. É que Nelson Martins, o meu pai, comprou um Corcel branco, usado, e resolveu experimentar o carro na estrada do Andaraí. Convidou Beca, o filho, e seguiram viagem. Após subir a ladeira de Checo, perceberam que o pneu dianteiro tinha furado. Pararam o carro na beira da estrada, para que o problema fosse solucionado.Pois bem, a surpresa e o desapontamento surgiram, quando perceberam que o carro não tinha macaco. Suspender o carro no “muque” não deu certo. Bem que tentaram.Vai daí que Martins viu passar por perto um sapo cururu. Não teve dúvidas. Colocou o anfíbio embaixo do carro e, com uma varinha de marmelo, passou a enticar o sapo que, à medida que ia crescendo de volume, o carro ia se erguendo.Assim, com dois minutos de “enticada”, o carro já estava na altura que possibilitou a troca do pneu.
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