Sorte Grande | Por: Adaelson Alves Silva


Dr. Adaelson Alves Silva, piritibano, radicado no Paraná, médico Nefrologista. E autor do texto "Sorte Grande".


Veja mais um episódio da Série "Um Dedo De Prosa".

Etelvina, eu acertei no milhar

  Ganhei quinhentos contos, não vou

Mais trabalhar

Você dê toda a roupa velha aos pobres

E a mobília podemos quebrar.

 

Geraldo Pereira e Wilson Batista

Durante toda a minha infância e adolescência, tive a oportunidade de conviver com o flagelo da seca. Quando chovia, a gente fazia a maior festa. Banho de chuva, construção de barragens para juntar a água da chuva, brincar de finca pé, pegar as formigas tanajuras e colocar dentro de um frasco. Também colocávamos um palito de fósforo na trazeira da formiga e ela ficava batendo as asas sem parar. Eu estou contando isto, porque ontem choveu em Piritiba. A alegria voltou ao semblante dos agricultores e pecuaristas, já assustados com a seca prolongada.

Pois bem. Dito o que disse, vou contar um causo, que nada tem a ver com a seca do sertão.

O causo se inicia quando Orlando Barreto, que estava com vontade de fazer uma fezinha na loteria esportiva, pediu para o amigo Mário Moça preencher uma cartela para ele. Isto foi numa sexta feira. Na segunda, Barreto conferiu o jogo e, pra surpresa geral, tinha feito os 13 pontos, e, sozinho. Faturou uma grana preta, que deu pra comprar fazendas, Galaxie e até dar um carro de presente para o amigo que fez o jogo.

Desse dia em diante, todo mundo pedia para Mário dar palpites nas apostas.

Pois bem. Um dia, Ismael Borges chegou pra Mário e disse:

- Quero que você dê um palpite pra mim neste jogo. Se eu ganhar, você não vai trabalhar mais nunca na sua vida.

 

- É verdade Maia?

- Lógico. Você não vai conseguir trabalhar mais nunca, porque eu vou mandar lhe dar uma surra tão grande, pra você largar de ser besta e não ficar fazendo jogo premiado para os outros, sua mula sem cabeça.

 



Postar um comentário

0 Comentários