Dr. Adaelson Alves Silva, piritibano, radicado no Paraná, médico Nefrologista. E autor da crônica "Pra inglês ver".
Veja mais um episódio da Série "Um Dedo De Prosa".
Nesta semana que está se encerrando, muito se falou sobre muita coisa. Em destaque o cerco ao fugitivo Lázaro, que foi tema do nosso bate papo na quarta-feira. Hoje, atendendo ao pedido de uma leitora de Tapiramutá, a minha prima Jadivan, vou tentar explicar a origem da expressão: “Para inglês ver”, que tem como significado, fingir que fez alguma coisa ou fazer mal feito.Vamos aos fatos. Reza a lenda que coube à Inglaterra, ter sido o primeiro país do mundo a tentar abolir a escravatura. Pressionava com rigor o governo de Portugal, para aprovar leis que impedissem o tráfico e o uso da mão de obra escrava no Brasil, que era a base de toda a economia colonial. Para o bem da verdade, é bom que se diga, que algumas leis foram aprovadas pelo governo português, apenas para agradar aos ingleses, porém nunca foram cumpridas. Foi no ano de 1831, que o Governo Regencial do Brasil, promulgou uma lei proibindo o tráfico negreiro, declarando assim, livres, os escravos que chegassem aqui. Mas, como o sentimento geral era de que a lei não seria cumprida, teria começado a circular na Câmara dos deputados, nas casas e nas ruas, o comentário de que o ministro Feijó teria feito uma lei só para inglês ver.Outro fato que vale a pena (depois eu conto a origem desta expressão) relatar é que o parlamento Britânico aprovou uma lei mais drástica, que criminalizava a escravatura e concedia poderes de abordar e inspecionar todos os navios portugueses.Para burlar a fiscalização inglesa, a estratégia usada foi de carregar as primeiras embarcações com uma carga inofensiva, apenas “para inglês ver”, já que apenas os primeiros navios eram vistoriados, esta técnica proporcionava a passagem do restante da frota que estava lotada de escravos.Agora a pergunta que não quer calar: será que a caçada ao fugitivo Lázaro é “pra inglês ver”? O que me contaram é que já estão pedindo ajuda a São Longuinho.
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