“Julho inicia-se com a mesma perspectiva hidrológica desfavorável, com os principais reservatórios do SIN [Sistema Interligado Nacional] em níveis consideravelmente baixos para essa época do ano, o que sinaliza horizonte com reduzida capacidade de produção hidrelétrica e elevada necessidade de acionamento de recursos termelétricos”, explicou a agência por meio de uma nota divulgada, a qual o Metrópoles teve acesso.
“Com o acionamento da bandeira vermelha em seu maior patamar, é importante reforçar aos consumidores ações relacionadas ao uso consciente e ao combate ao desperdício de energia”, afirmou.
Confira os aumentos de tarifa em 2021:
-De janeiro a abril: amarela
-Maio: vermelha patamar 1
-Junho: vermelha patamar 2
-Julho: vermelha patamar 2 (com reajuste)
Crise hídrica:
A principal razão para a disparada da tarifa é a seca nas principais bacias hidrográficas que abastecem o país, por causa de um baixo volume de chuvas na região dos reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste, que são responsáveis por 70% da geração de energia no Brasil. Desde outubro de 2020, esse é o menor volume registrado dos últimos 91 anos.
A crise hídrica obriga o uso das usinas termoelétricas, o que eleva o preço da energia e pressiona ainda mais a inflação. O ministro da Economia, Paulo Guedes, reconheceu na semana passada que a estiagem é um problema “seríssimo” e que impactará no aumento da inflação no curto prazo. De acordo com sua previsão, somente em 2022 a situação será normalizada, com a inflação atingindo o centro da meta, de 3,5%.
Segundo o ministro, até o fim deste ano, o indicador deve bater entre 5,5% e 6%. O centro da meta perseguido, no entanto, é 3,75%. Será considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25%. Caso isso não ocorra, o Banco Central deverá divulgar um documento público com justificativas para o erro no resultado.
Por esse motivo, o medo de um possível racionamento de energia fica cada vez mais forte. O governo, entretanto, refuta essa possibilidade. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, fez um pronunciamento na TV na noite dessa segunda-feira, (28 de junho) para tranquilizar a população.
De acordo com Albuquerque, não haverá um racionamento de energia e também não há a possibilidade de apagões. O ministro, no entanto, pediu que a população diminua o consumo de energia de forma “voluntária”.
“O uso consciente de água e energia reduzirá a pressão sobre o setor elétrico”, disse.
Por Talita Laurino – Metrópoles.
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