Novas ameaças de greve de caminhoneiros não estão assustando o governo. A avaliação é de que trata-se de mais uma tentativa de líderes "sem representação", que não tiveram sucesso em fevereiro e que não possuem legitimidade perante a categoria. "Zero chance", disse à coluna uma fonte que acompanha as articulações com os motoristas.
Líderes de alguns entidades estão se mobilizando para uma greve nacional no próximo domingo, com reivindicações como a redução do preço dos combustíveis, a efetivação do piso mínimo e a liberação de pedágio para veículos sem carga.
O ministério da Infraestrutura tem mapeado as ligações dos principais líderes da categoria e, segundo fontes do governo, foi constatado que a maior parte dos caminhoneiros que tenta inflar uma paralisação são filiados a partidos políticos de oposição ou busca visibilidade para as eleições de 2022.
A mesma avaliação de uso político havia sido feita pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, em fevereiro deste ano quando havia o receio de uma grande greve.
O ministro, que continua mantendo contato com alguns representantes dos caminhoneiros, tem dito que há dados que enfraquecem ainda mais uma possível greve neste momento.
A avaliação é de que a economia está aquecida, os portos estão cheios, a safra está batendo recorde e "ninguém quer parar de trabalhar com um cenário deste".
Em relação à reclamação do preço do Diesel, que sofreu reajuste neste mês, o governo acredita que o movimento, que tenta emplacar uma greve, usa o argumento como "cortina de fumaça" para tentar inflar a adesão.
O governo reconhece que caminhoneiros autônomos são um "elo mais fraco", mas diz que tem feito medidas para atender a categoria, mas que é preciso superar uma espécie de postura predatória na classe.
O ministro Tarcísio costuma dizer que a categoria precisa de adaptar a regra da oferta e da demanda e reconhece que no momento, mesmo com o aquecimento da economia, ainda há uma demanda ociosa que a categoria vem amargando.
Desde fevereiro, Tarcísio repete ao caminhoneiros que o governo não pode responsável por determinadas coisas que fazem parte da relação contratual entre o privado e o privado. "Se o frete está ruim, não é culpa do governo. É uma condição de mercado e ele precisa saber negociar", afirmou na ocasião, após um áudio vazado às vésperas do movimento em que o ministro falava que os caminhoneiros precisavam "desmamar" do governo.
Fonte: Uol
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