Existe a pedra no sapato, que incomoda muito, a pedra no caminho, que dificulta a nossa caminhada e existe também, a pedra nos rins. É desta que vamos falar.
Cientificamente conhecida como Cálculo renal, a pedra nos rins é uma doença comum, principalmente em adultos jovens, não tendo muita preferência entre acometer homens ou mulheres. Sabemos que, aproximadamente, 10% da população terá uma pedra no rim durante a sua passagem na terra. Também foi observado que, nas últimas décadas, houve um aumento na quantidade de pessoas com pedra nos rins, o que pode ser explicado pela mudança na nossa dieta, bem como, o estilo de vida que levamos.
As pedras urinárias (cálculos) são estruturas endurecidas que se formam no interior dos rins, devido à agregação de cristais presentes na urina. Eles surgem quando há excesso de substâncias formadoras na urina (cálcio, fosfato, oxalato, ácido úrico), ou quando o citrato, uma substância urinária que inibe a formação dos cálculos, está diminuído.
Pois bem. Você deve estar me perguntando: Doutor por que eu tenho cálculo?
Algumas condições que podem levar a isso são: predisposição genética, dieta rica em proteínas e sal, hábito de tomar pouco liquido, defeitos anatómicos do trato urinário , obesidade, fatores ambientais (clima seco e quente), hiperparatireoidismo ( doença provocada pelo excesso de produção de paratormônio – o hormônio responsável pela modulação das quantidades de cálcio, vitamina D e fósforo em nosso organismo), doenças inflamatórias intestinais, dentre outras.
Uma pergunta frequente, é se todo cálculo produz dor. Em resposta, os cálculos pequenos podem não causar sintomas, sendo identificados em exames de imagem, geralmente realizados para outros fins. Ocasionalmente, esses cálculos renais podem causar dor lombar leve e intermitente. No entanto, esses cálculos seguem o fluxo da urina, saindo dos rins, passando pelos ureteres, quando podem causar obstrução do trato urinário, levando ao quadro típico de cólica renal, que, em intensidade, pode ser uma das piores que podemos sentir. A dor pode ser acompanhada de sangramento na urina e vômitos. O doente não melhora em nenhuma posição e a dor pode atingir os testículos ou os grandes lábios nas mulheres. Se a pedra parar próximo à bexiga, o paciente sente vontade de urinar várias vezes.
Para diagnosticar, é importante que o médico realize o adequado exame físico, baseado no quadro clínico, podendo contar com o exame de imagem (tomografia ou ultrassonografia) para poder planejar o tratamento.
O tratamento inicial é baseado em aliviar a dor, com analgésicos e anti-inflamatórios, podendo, em alguns casos, necessitar de analgésicos mais potentes, como a morfina. Quando o tratamento clínico é ineficaz, pode ser necessário o tratamento cirúrgico.
É importante lembrar, que os cálculos podem favorecer o aparecimento de infecções na urina. Em casos extremos, podem comprometer de forma severa o funcionamento dos rins, o que obriga o paciente a necessitar de hemodiálise.
Em caso de dúvidas, procure o NEFROLOGISTA.
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