O vice-líder do governo da Bahia na Assembleia Legislativa, deputado estadual Robinson Almeida (PT) criticou veementemente a declaração golpista do ministro da Defesa do governo Bolsonaro, Braga Netto, que condicionou as eleições de 2022 a aprovação do voto impresso no Brasil. Desde as eleições de 1996 que o país utiliza a urna eletrônica no processo eleitoral, o processo é auditável e seguro. Reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" relatou que Braga Netto teria enviado um recado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), no dia 8 de julho, dizendo que, se não for aprovado o voto impresso e "auditável", não haverá eleições em 2022.
"Chega! O Brasil não pode aceitar as seguidas ameaças à democracia do governo Bolsonaro. Os responsáveis deviam estar afastados do poder e presos. As instituições nacionais precisam reagir com firmeza diante desse absurdo", afirmou o deputado baiano.
Depois da repercussão negativa do caso, Braga Netto negou que tenha feito ameaças à democracia. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), também negou ter recebido qualquer comunicado pressionando pelo retorno do voto impresso no Brasil. Parlamentares de oposição também criticaram a insinuação.
Polêmicas
A subida de tom de Braga Netto acontece justamente no momento em que a CPI da Pandemia passa a descobrir o envolvimento de militares nas negociações para a compra de doses de vacinas. Braga Netto e os três comandantes das Forças Armadas, contrariados com os avanços das investigações, já haviam ameaçado, através de nota, o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), quando este afirmou que "membros do lado podre das Forças Armadas estão envolvidos com falcatrua dentro do governo" e que os honestos devem estar muito envergonhados.
Por: Daniel Ferreira | ASCOM
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