Foto: Reprodução
O caso do idoso Paulo Roberto Braga, 68, cuja morte foi constatada em uma agência bancária na terça-feira, dia 16 de abril de 2024, em Bangu, zona oeste do Rio, ganha novos capítulos. Segundo a defesa da sobrinha de Paulo, Erika de Souza Vieira Nunes, ele teria ido sozinho ao mesmo local para solicitar o empréstimo um mês antes. Erika está presa após pedir para o idoso assinar um documento para sacar o dinheiro quando ele já estava sem vida em uma cadeira de rodas.
O pedido de empréstimo foi feito no dia 25 de março, disse a defesa de Erika, em entrevista ao Portal UOL. Duas semanas depois, o idoso foi internado. E só teve alta na última segunda-feira, 15, um dia antes de morrer.
"Ele estava com pneumonia e voltou debilitado, mas pediu para a Erika levá-lo ao banco para sacar o dinheiro", afirmou a advogada Ana Carla de Souza.
De acordo com a advogada e a testemunha do caso, Paulo era "ativo" antes da internação. "Antes, ele não estava debilitado", afirmou a defensora. O relato coincide com o depoimento à Polícia Civil do mototaxista que disse ter ajudado Erika a levá-lo da cama até o banco traseiro de um veículo por aplicativo para ser levado à agência bancária. "Paulo sempre foi muito ativo". Ele conhecia o idoso porque o ponto de transporte alternativo onde trabalhava ficava na mesma rua onde o idoso morava.
"O Paulo sempre foi uma pessoa muito ativa. Quando solicitou empréstimo há um mês, ele foi com as próprias pernas, sozinho, andando ao banco. Depois, quando voltou do hospital, a situação era outra. Ele estava debilitado, mas insistiu para ir ao banco [na terça-feira]. Só que, dessa vez, não tinha como ir sozinho. Por isso, pediu para a Erika." declarou a advogada.
A princípio, o empréstimo de R$ 17 mil seria usado para reforma e compra de uma TV. Mas o idoso mudou de ideia depois da internação, de acordo com a advogada.
"Depois, ele queria usar o dinheiro para arcar com os gastos com a saúde dele, porque a família tem poucos recursos".
"Ele recebeu alta hospitalar porque tinha condições de ir para casa, não precisava ficar em tratamento intensivo. Ainda que tivesse dificuldades para falar, insistiu e pediu para a Erika: 'Me leva ao banco para que eu possa sacar o valor do empréstimo'. Ele queria usar o dinheiro para cuidar da saúde", completoi a defesa.
A prisão
Erika foi presa por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio a cadáver. A Justiça converteu a prisão em flagrante para preventiva em audiência de custódia na última quinta-feira, dia 18.
"Em momento algum, a custodiada se preocupa com o estado de saúde de quem afirmava ser cuidadora", disse a juíza Rachel Assad da Cunha.
A defesa pede a revogação da prisão.
"Ela [Erika] atende os requisitos legais para responder o processo em liberdade. Não há chance de possível cometimento de crime caso ela seja solta", afirmou a defensora.
Fonte: A Tarde
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