O licuri é um pequeno coco típico da caatinga, que tem se tornado um ingrediente promissor para a economia criativa na Bahia. Em muitas comunidades extrativistas do interior do estado, a atividade é tradicionalmente liderada por mulheres quebradeiras, que passam essa sabedoria de geração em geração. Essas comunidades já perceberam o potencial do licuri como uma forma de garantir renda para os trabalhadores rurais no semiárido. Segundo a nutricionista Veranúbia Mascarenhas, a versatilidade do licuri vai da culinária à construção civil.
“O licuri ele pode ser usado tanto na alimentação animal quanto na alimentação humana. Ele pode ser usado na construção. A cera do licuri é uma das mais utilizadas no mercado. Ele pode ser usado na cosmética, na parte medicinal. Você imagina quantas utilidades pra um produto só.”
A nutricionista reforça que diante dessa diversidade, o licuri traz muitos benefícios à saúde, ajudando a manter uma dieta mais saudável e balanceada.
“Ele tem cálcio, ele tem ferro, ele tem magnésio, tem uma quantidade considerável de proteína, entre 11 a 12% mais ou menos. É uma quantidade interessante de proteína. Ele é rico e manganês, que regula a nossa insulina. Ele regula nossos hormônios da tireoide. É calórico, então a gente pode usar na alimentação infantil, que é bem interessante. Não usa defensivo agrícola. Ele é de extrativismo. Então é um produto incrível.”
A demanda por produtos regionais e sustentáveis, que valorizam a cultura local, tem crescido entre consumidores que buscam autenticidade e qualidade. O centro público de economia solidária Bacia do Jacuípe, localizado em Pintadas, criou uma linha de biscoitos integrais à base de licuri, misturando o tradicional à inovação.
Outros produtores e organizações também estão aproveitando o potencial do licuri. É o caso da Cooperativa de Produção da Região do Piemonte da Diamantina (Coopes), que foi criada há 19 anos no município de Capim Grosso. Hoje reúne 185 cooperados, de 30 comunidades de diversos municípios. O licuri é o principal produto trabalhado, resultando na produção de petiscos, biscoitos, doces, licor e óleos, tanto comestíveis como para a indústria farmacêutica.
Iniciativas como estas demostram que o licuri pode ser uma alternativa promissora para uma economia sustentável.
Por. Renato Lima / Rilton Pimentel
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